Prefeitura de SP vai ampliar área de rodízio na Avenida Aricanduva

A Prefeitura de São Paulo vai incluir 240 km de vias na área do rodízio municipal de veículos no bairro Aricanduva, atingindo os principais corredores fora do centro expandido. É a primeira vez que a restrição será ampliada desde sua criação, em 1997.

A proposta da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) é de que a nova regra tenha início à medida que avançar a instalação de faixas exclusivas de ônibus da cidade — o que permitiria incluir vias na restrição por etapas. A gestão Fernando Haddad (PT) quer construir 150 km de faixas exclusivas, com inauguração prevista de pelo menos uma por semana até o fim deste ano. Os corredores de ônibus vão ficar justamente nas áreas localizadas fora do mini anel viário.

O rodízio continuará valendo apenas nos horários de pico (das 7h às 10h e das 17h às 20h). A relação entre o fim da placa e o dia em que o veículo fica em casa também não deve mudar.

Ao todo serão incluídas 46 vias no rodízio municipal — com destaque para locais de grande fluxo, como as avenidas Interlagos, Teotônio Vilela e Jornalista Roberto Marinho, na zona sul; Avenida Aricanduva, Avenida Jacu-Pêssego e Radial Leste, na zona leste de SP; Inajar de Souza, General Edgar Facó, Brás Leme e Engenheiro Caetano Álvares, no bairro da Casa Verde, zona norte.

Além de estarem fora da área atual do rodízio, essas vias têm em comum o fato de ficarem na área do trânsito “invisível” da cidade, que não entra na contagem oficial da CET.

A prefeitura também já divulgou a intenção de alterar a medição do tráfego para modelos com GPS, que abrangeriam a capital inteira. Também quer que mais radares possam flagrar infrações de rodízio. Para isso, vai equipá-los com LAP (Leitores Automáticos de Placas).





Atualmente, existem 433 pontos com radar na capital, entre equipamentos fixos e estáticos, lombadas eletrônicas e pistolas capazes de flagrar as placas dos veículos. A Secretaria Municipal dos Transportes pretende rearranjar esses pontos.

Cenários

A CET tem usado simuladores de tráfego para estimar qual seria o impacto da ampliação do rodízio. A conclusão é de que a velocidade média dos carros na cidade toda melhoraria 15%, passando de 17,3 km/h para 20 km/h. Esse pequeno aumento, segundo os técnicos, já melhoraria os congestionamentos em 11%, aproximadamente.

Levando em consideração apenas os novos corredores que seriam incluídos na restrição, os ganhos seriam ainda maiores: 20% de melhoria. A CET fez uma outra análise para possível ampliação do rodízio, aumentando a quantidade de dias de restrição – cada carro teria de ficar na garagem ao menos duas vezes por semana. O resultado, no entanto, foi que os impactos na cidade toda seriam menores.

Apesar das evidentes melhorias para a qualidade de vida dos motoristas, que passariam alguns minutos a menos presos no trânsito, a prioridade com o aumento da área do rodízio é fazer a velocidade dos ônibus crescer. O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, já disse que sua meta é que os coletivos, que circulam com velocidade média inferior a 15 km/h, alcancem até 25 km/h.

Paliativo

Para o professor de transportes da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Creso de Franco Peixoto, a medida terá um impacto positivo efêmero.

— É como remédio para dor de cabeça: minimiza os efeitos, mas não resolve o problema. Quando o tráfego nas vias com rodízio melhorar, uma demanda reprimida vai acabar buscando essas ruas e o trânsito voltará a piorar.

Fonte: R7





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